quinta-feira, 1 de julho de 2010

O plano de treino



Porque vêm aí as férias e depois nova época.

Os grandes resultados desportivos do atletismo actual não são produto de : azar, nem de excepcionais condições naturais de alguns atletas, (embora ajude bastante) admito que em parte a farmácia nalguns casos tenha alguma influencia, mas os grandes recordes são fruto de fundamentalmente perfeitos planos de treino. Embora também não de deva esquecer o aumento do nível de vida, melhores instalações desportivas, grandes compensações económicas resultado da entrada de multi nacionais, maior divulgação das provas, melhor detecção de talentos, mais competições etc.

Mas o que verdadeiramente faz com que um atleta passe da mediocridade para alto nível nacional ou internacional é a realização de um plano que tenha provado a sua eficácia com os êxitos de vários atletas.

O treino apoia-se na capacidade do organismo se adaptar ao esforço, mas sabemos que à medida que um estímulo se prolonga, perde a eficácia.

Quanto mais se utiliza um tipo de treino, mais rápido se adapta o corpo e chega ao momento que o efeito é nulo. Como costumo dizer " a estagnação é inimiga da evolução".

Isto justifica utilizar tipo de treinos muito variados, no entanto o volume e a intensidade têm sempre que ser individuais em função do ciclo de treino. Tudo isto não está contra o princípio do aumento gradual do treino no que se refere ao volume geral da época, de um ciclo ou de um microciclo de treino: quando falo em utilizar métodos variados estou a referir-me à variedade dentro de uma semana, entre microciclos, ciclos e épocas.

Os atletas principiantes chegam aos melhores resultados principalmente no primeiro e segundo ano de treino porque na maior parte das vezes não variam a quantidade e a intensidade dos seus treinos portanto a partir daí os resultados desportivos estagnam.

Mesmo que seja um principiante deve ter sempre em conta o aumento gradual do estimulo e deixar a variedade para quando pelo menos tiver 4 anos de prática desportiva.

No meu tempo (ainda antes de se descobrir a roda e o fogo) os planos de treino começavam com um período mais ou menos grande em que predominava os exercícios de carácter geral com grande volume de trabalho, para depois com o aproximar da época de pista os exercícios específicos e o aumento da intensidade.

Hoje em dia começou a aplicar-se desde o início da época todos os métodos de treino tendo em vista as necessidades do momento.

CICLO INICIAL:

Tem como objectivo activar o organismo depois do descanso, deve ser de curta duração para dar tempo ao atleta de adquirir um nível razoável de treino sem lesões.

CICLO FUNDAMENTAL:

Aumenta-se fortemente o volume e a intensidade, corrigem-se algumas lacunas e criam-se bases para futuros resultados.

CICLO ESPECÍFICO:

Intensificam-se os exercícios especiais e específicos.

CICLO DE COMPETIÇÃO:

mantem-se a condição física até aí adquirida com preparação exclusiva para a competição.

CICLO DE TRANSIÇÃO ou regeneração:

O atleta tem que recuperar física e psicologicamente, fazer uma avaliação da época anterior saber se foram cumpridos todos os objectivos ou porque falharam, e traçar novos objectivos de acordo com o seu treinador no caso de o ter, no entanto os objectivos não devem ser nem muito fáceis nem muito dificies de alcançar.