sábado, 21 de novembro de 2009

Maratona de Granada
Nem só de competição vive o homem
Escrevi isto no meu perfil.
Vem agora a propósito de um comentário de uma ex-atleta minha (Ana Gonçalves) que de facto como ela diz não me estou a lembrar.
Diz ela a dado passo, (já não corro e já não tenho interesse em querer lembrar-me muito, mas fui feliz nas corridas enquanto andei nessa agitação).
No titulo deste artigo, homem é sentido figurativo porque contempla a mulher. E para justificar o titulo vou escrever algumas linhas da minha passagem como atleta, e treinador até descobrir o prazer de correr.
Como atleta fiz tudo o que podia e sabia, dediquei-me de alma e coração à modalidade, apesar de não ter apoios de ninguém, família incluída, amigos ou colegas de trabalho, fazia eu a minha auto-motivação, treinava mesmo doente as vezes, programava toda a minha vida para depois do treino, ou com um espaço para o treino para respeitar a regra que me impus: O melhor treino é aquele que é feito em 365 dias. Hoje passados estes anos quando leio o meu inseparável diário, sinto um grande orgulho e uma enorme admiração por tudo aquilo que fiz sem condições nenhumas. (ainda continuo a fazer o meu diário)
Como treinador com o curso de 3º grau, da IAAF, só tinha uma obrigação, educar todos os meus atletas no sentido de serem mais competitivos e ajuda-los a melhorar as sua perfomânces era para isso que eles lá estavam.
Mas há também espaço para aqueles que devem correr apenas porque: se não tiverem tempo para tratar da saúde, vão ter que arranjar tempo para tratar da doença, e hoje, além deste principio que me orienta, para além do prazer que a corrida me proporciona, nunca me esqueço, começamos a correr em crianças. Corremos um pouco descansamos, corremos novamente ora depressa ora devagar, ora pouco tempo ou então por um período mais prolongado. Depois entramos para a escola e o acto de correr torna-se mais institucionalizado. Corremos alguns metros no recreio ou num ginásio no meu tempo em terrenos baldios, e ao sairmos da escola só já corremos na vida Militar, os que lá foram . Assim o estilo de vida vai gradualmente privando-nos de toda e qualquer oportunidade de correr.
Passamos parte das nossas vidas dominados pelos outros: Pais, Professores, Oficiais, Mulheres/Maridos, Sogras, Patrões, Directores, a necessidade de auto-afirmação é constantemente posta em causa. Mas correr... proporciona um meio de afirmação socialmente aceitável, permitindo-nos ser tão competitivos quanto o desejarmos, connosco mesmo, ou com outros. Se no emprego tentarmos subir à custa dos colegas de trabalho toda a gente nos critica, mas numa corrida mesmo só com colegas de treino, melhorar a nossa posição à custa deles é considerado formidável, desde que seja feito com demonstração exterior de humildade.
Por outro lado uma mudança voluntária de actividade é tão boa ou até melhor do que o repouso... Por exemplo: quando a fadiga ou uma interrupção forçada nos impede de terminar um problema matemático, é melhor sair para correr um pouco, do que ficar simplesmente sentado, sem fazer nada, substituir por exigências físicas as que anteriormente eram feitas ao intelecto, não apenas proporciona um descanso ao cérebro como ajuda a evitar qualquer preocupação com a interrupção frustrante. Uma ocupação ajuda a aliviar a outra.
Quem me conhece sabe bem que eu saía do trabalho muito cansado esgotado e sem energia, pois tinha um trabalho bastante pesado, apenas descansava durante o percurso para o estádio, no entanto assim que começava a correr já me sentia melhor e ao fim de 30´estava inteiramente recuperado, podia sentir-me exausto mas descobria que não estava absolutamente cansado e isto era das descobertas mais agradáveis. Hoje em dia embora tenha uma taxa de ocupação das 9h00 até as 23h30´e se não estiver a ser visitado por nenhuma lesão, lá vou eu na minha hora de almoço fazer aquilo que mais gosto!!!! treinar ( tomar o comprimido)

Anas e josés deste país pratiquem desporto, e como diria o saudoso Raul Solnado façam o favor de ser felizes. Bjs para Ana Goncalves.

3 comentários:

  1. Bonita história de parte de vida. Quantas vezes não me apresentei à porta da empresa onde trabalhavas para te tentar convencer a representar a nossa associação de classe para participar em mais uma Corrida? Era em Sacavém, Portalegre, Aveiro, Porto, etç.
    Algumas vezes tinha sucesso, outras não, hoje percebo melhor os tempos de então e não era para menos pois os sacrifícios passados para conseguires estar nas melhores condições eram imensas, podias acrescentar que uma parte significativa dos teus treinos eram feitos diariamente de casa para o trabalho e depois o retorno no final do dia, sempre a correr.
    Hoje já não existe este modelo de atleta, pelo menos eu não conheço, mas o que eu posso acrescentar é que os exemplos deixados foram altamente moralizadores para todos os que contigo têm privado. E eu estou entre eles.
    Um abraço.

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  2. Olá Sr Gravito, Tem toda a razão no que disse, nao sabia porém que iria expor aqui um comentario ao que lhe deixei, na verdade nao interessa competição, por vezes nao temos é o acompanhamento certo, na verdade se uma vez corri foi por gosto mas andar sozinha é dificil, e pelas experiencias que tenho tido passe o tempo que passar o bichinho é sempre vivo cá dentro, pois nao posso esquecer o que vivi ao longo de 11 anos, neste momento estou a ponderar voltar a correr mas queria mais a serio nao correr por correr. Sei que tenho o Bf mas ja sei o que a casa gasta é quase o mesmo que andar só. Beijinhos e Obrigada

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  3. Ps- nao se lenbra de mim porque foi pouco tenpo
    Bjs Ana

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